O que é telecomunicações? E por que o setor está em alta no Brasil?

Postado em 21 de jan de 2023
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O setor de telecomunicações está sofrendo muitas mudanças no Brasil.

Além de prever bastante movimento com a chegada da tecnologia 5G, o mercado da telecom também passou por uma expansão de 20,3% no ano 2020, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), devido à alta dos serviços como impacto da pandemia.

Apenas em 2022, os investimentos no setor foram de 33,5 bilhões de reais. Mas ainda assim, o déficit de mão de obra qualificada para atuar nas telecomunicações é grande.

Neste artigo, vamos explorar o que é telecomunicações, qual é o cenário dessa área no Brasil e por que investir no setor pode ser uma boa ideia para a carreira.

Confira:

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O que é telecomunicações? 

As telecomunicações (também chamadas de telecom) são sistemas que permitem a troca de informações através de meios eletrônicos à distância.

Essas informações podem ser dados, vídeos e transmissões de voz.

Isso significa que os sistemas de telecomunicação são aqueles que permitem que nós nos comuniquemos com outras pessoas usando telefone, internet, etc. Além disso, elas abrangem SMS, e-mails, streaming, banda larga e acesso à internet. 

A ideia de transmitir informações não se limita a conversas, então meios de comunicação como rádio e televisão também entram na lista. Outros sistemas de telecomunicações podem ser a fibra óptica, satélites e os meios mais antigos de transmissão de mensagens, como o telégrafo.

Hoje, as telecomunicações tem muito mais a ver com a transmissão de dados do que com linhas telefônicas. Devido a isso, a tecnologia tem se tornado muito presente no dia a dia de quem trabalha na área.

Quais são os tipos de telecomunicações?

Os sistemas de telecomunicações podem ser classificados de acordo com alguns critérios. Os principais são três grandes categorias, de acordo com o fim, o uso e a abrangência.

Os tipos de telecomunicações classificadas por finalidade são:

  • Comercial: quando o sistema é administrado por uma empresa, em geral, privada, que cobra pelos serviços. Encaixam-se aqui os serviços de celular e internet.
  • Governamental: sistemas que pertencem aos órgãos públicos e são utilizados por entidades governamentais, como, por exemplo, o sistema de radiocomunicação das polícias.
  • Privado: quando um sistema pertence a um indivíduo para atender seus interesses.
  • Amador: sistemas criados e utilizados sem fins lucrativos, para lazer ou utilidade pública.
  • Experimental: utilizado para realizar testes, podendo servir ou não para uso de terceiros posteriormente.

Já a classificação por abrangência territorial divide as telecomunicações da seguinte maneira:

  • Local: quando se restringe a uma edificação, bairro, distrito ou cidade.
  • Regional: quando engloba uma porção territorial do país, como um estado.
  • Nacional: quando engloba toda a extensão do país.
  • Internacional: quando transcende as fronteiras, como no caso da internet.

Por fim, as telecomunicações também podem ser classificadas por uso, nessas categorias:

  • Militar: quando o uso do sistema é exclusivo de instituições militares.
  • Civil: quando o uso é exclusivo de instituições civis.
  • Dual: quando o uso é civil e militar.

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Do rádio ao 5G: a história das telecomunicações 

A primeira tecnologia da área das telecomunicações foi o telégrafo, inventado em 1840. O dispositivo enviava mensagens usando o Código Morse.

De início, essa era uma tecnologia usada apenas localmente, mas aos poucos foi se expandindo até se tornar a principal linha de comunicação entre a América e a Europa.

A partir do telégrafo, várias novas tecnologias de telecomunicações foram surgindo.

Em 1890, o telefone foi inventado, o que facilitou ainda mais a comunicação entre as pessoas, e ainda no século XIX, Heinrich Hertz descobriu as ondas eletromagnéticas, tecnologia que serviu como base para a radiodifusão.

E embora as telecomunicações estivessem caminhando rápido no final do século XIX e início do século XX, foi nos anos 1960 que elas tiveram seu momento mais marcante.

Durante a guerra fria, os computadores como conhecemos começavam a dar os primeiros passos e, em 1969, o primeiro e-mail foi disparado.

Tudo isso resultou em um mundo altamente conectado, onde, hoje, não conseguimos mais realizar tarefas no dia a dia sem nossos smartphones ou dados móveis.

A história das telecomunicações no Brasil

As telecomunicações no Brasil também têm uma história antiga, sendo que a primeira linha telefônica foi instalada no Palácio Imperial no Rio de Janeiro em 1876.

Em 1914, já existiam 40 mil aparelhos de telefone instalados ao redor do país.

Foi depois da Segunda Guerra Mundial, quando o país enfrentou uma explosão industrial, que as telecomunicações no Brasil tiveram sua revolução.

Nos anos 1970, houve uma reorganização da telecom em solo nacional marcada pela expansão da rede de telefonia pública e pelo nascimento da Embratel, estatal que garantia a cobertura.

Em 1997 surgiu a ANATEL, agência reguladora do setor de telecomunicações no Brasil.

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O setor de telecomunicações no Brasil

O cenário das telecomunicações no Brasil começou a se tornar mais complicado quando o telefone celular e a internet foram introduzidos. Isso porque nós vivemos em um país de dimensões continentais onde qualquer infraestrutura enfrenta o desafio das distâncias.

A qualidade do serviço oferecido é um dos maiores problemas enfrentados por usuários. A internet móvel brasileira é considerada uma das piores do planeta, ficando em 76º lugar em um ranking mundial.

Já quando se fala sobre internet fixa, o país sobe um pouco no ranking, ficando próximo à média global em distribuição de Mbps.

Esse é um problema que se origina na quantidade de antenas por habitante, um problema de infraestrutura que as operadoras enfrentam no país.

Estima-se que existam mais de 267 milhões de dispositivos conectados às telecomunicações no Brasil, entre móveis e fixos. Por isso, o setor sofre grande pressão para aumentar a qualidade das redes e as opções para os usuários.

Nos próximos anos, as empresas do setor terão em mãos o grande desafio de equipar as cidades brasileiras com a infraestrutura necessária para o funcionamento da nova geração de internet móvel, o que inclui a instalação de milhares de cabos e antenas.

O investimento e o crescimento das telecom no país

E embora existam muitos desafios, o setor das telecomunicações no Brasil ainda mantém seu investimento e está crescendo.

O estudo "Impacto da Pandemia de Covid-19 no Setor de Telecomunicações do Brasil", da ANATEL, indica que os serviços de banda larga fixa e telefonia móvel cresceram 12% e 6% nos anos de 2020 e 2021, respectivamente.

Esse aumento é algo que podemos creditar à pandemia de Covid-19 e à necessidade que tivemos de nos adaptar ao trabalho remoto.

Em 2022, vimos o setor apresentar uma leve queda de crescimento, cerca de 3%. Porém, isso não significa que não valha a pena investir nas telecomunicações como carreira, pelo contrário.

De acordo com a presidente da Fininfra, Vivien Suruagy, o mercado de telecomunicações espera contratar cerca de 1,2 milhão de profissionais nos próximos anos devido à chegada do 5G no país e às demais tecnologias esperadas pelo setor (smart cities, internet das coisas, etc.).

O maior desafio, então, é encontrar profissionais que não apenas entendam de telecomunicações, mas que saibam lidar com as mudanças e desafios do setor.

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O que esperar do setor de telecomunicações nos próximos anos

As maiores tendências para o setor de telecomunicações no Brasil e no mundo giram em torno da Internet das Coisas e do Big Data, principalmente.

O 5G já foi uma tendência, porém hoje ele já é considerado uma realidade.

Segundo um estudo da empresa Viavi Solutions publicado no Canaltech, no ano de 2021 já existiam 1.662 cidades contempladas com a última geração de conectividade móvel espalhadas em um total de 65 países.

A popularização do 5G deve possibilitar uma nova onda de inovações que mudarão o modo como usamos a internet. A principal delas é a viabilização da Internet das Coisas (IoT).

Confira abaixo, as 3 maiores tendências para as telecomunicações nos próximos anos:

1. Inteligência artificial

Esta é uma tendência para todos os setores do mercado de trabalho, não apenas das telecomunicações, porém a implantação da IA na telecom traz muitas mudanças.

A principal delas é o atendimento ao cliente, que já acontece por chatbots, mas que poderá assumir um caráter mais preditivo.

Espera-se que os softwares de machine learning também sejam uma realidade em pouco tempo, ajudando a enfrentar os obstáculos da infraestrutura.

2. Big Data

Empresas do setor de telecomunicações precisam lidar com um volume muito alto de dados, tanto aqueles vindos da conectividade em si quanto de aplicativos.

Por isso, o Big Data é uma tendência esperada para ajudar a analisar e interpretar esses dados.

O Big Data é considerado uma prática importante para empresas buscarem vantagens competitivas e melhorarem o serviço disponibilizado para seus clientes.

Então, espera-se que essa tecnologia possa ser usada para criar novos produtos, fornecer melhor atendimento ao cliente e otimizar a rede.

3. Internet das coisas e Cidades inteligentes

A maior tendência do setor de telecomunicações no Brasil e no mundo, com certeza, é a Internet das Coisas (IoT).

Quando falamos de Internet das Coisas, nos referimos a uma rede de dispositivos conectados que conseguem comunicar-se entre si e que podem ser controlados remotamente.

A IoT já é uma realidade também, sendo usada em smartwatches e até em geladeiras, porém elas podem ser levadas um passo adiante dentro das telecomunicações por conta das Cidades Inteligentes.

Essas cidades criam uma rede interconectada que os residentes podem acessar online e que facilitam o seu dia a dia.

As smart cities, como são chamadas internacionalmente, permitem que usuários gerenciem melhor seu dia a dia, criando qualidade de vida ao simplificar serviços urbanos.

Chegando ao final deste conteúdo, esperamos que o que é telecomunicações, e o cenário atual no setor no país, tenha ficado claro para você.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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